Pão-de-ló em cama de doce de ovos com coulis de frutos silvestres

“Alimentar burros a pão-de-ló…” (Provérbio popular português)

A variedades de pão-de-ló são imensas… e consigo sentir a maior saudade de dois tipos bem distintos, que comíamos em duas ocasiões tão diferentes!

Por um lado o pão-de-ló de Margaride, que era presença na mesa de Natal há uns bons anos! É um pão-de-ló seco, com uma cor inconfundível… que sempre me tentava, de entre as restantes iguarias que levávamos à nossa mesa.

Por outro o pão de ló da Ti Piedade… que chegava semanalmente pelas mãos do meu pai, de regresso a casa para mais um fim de semana! E como era delicioso aquele pão-de-ló húmido que se comia à colher!

Depois, por vias de um irmão a trabalhar na zona, descobri o pão-de-ló de ovar…

Venham todas as receitas de pão-de-ló que existam e acho que não irei desgostar de nenhuma… cada uma em sua ocasião, cada uma com o seu encanto e propósito!

E foi por via deste doce ser tão apreciado em nossas casas, que comecei a fazer um pão-de-ló húmido em forma de barro…

Hoje resolvi fazer-lhe uma apresentação mais cuidada para um evento mais especial, mas pode perfeitamente ser servido ainda no papel e dentro da forma de barro! É essa a minha forma favorita de o servir… 🙂

Pão-de-ló em cama de doce de ovos com coulis de frutos silvestres

Pão-de-ló em cama de doce de ovos e coulis de frutos silvestres by Miminhos da Marta

P/ 12 pessoas

Ingredientes:

Pão-de-ló

18 gemas

5 claras

250 gr de açúcar

125 gr de farinha sem fermento

Doce de ovos

6 gemas

220 gr de açúcar

110 ml de água

Coulis de frutos silvestres

300 gr de frutos silvestres congelados

150 gr de açúcar

50 ml de água

1 colher de sopa de sumo de limão

Outros

manteiga q.b.

canela q.b.

açúcar de pasteleiro q.b.

Preparação:

Pão-de-ló

Ligar o forno a 175ºC (sem ventilação).

Forrar uma forma de barro, com 22 cm de diâmetro, com papel vegetal ou papel de almasso. Caso se trate de papel vegetal, untar o interior da forma, deixando sempre uma banda de papel para fora da forma.

Bater as gemas com as claras e o açúcar com uma batedeira elétrica, durante 15 minutos.

Peneirar a farinha duas vezes.

Envolver a farinha suavemente à gemada.

Deitar a massa sobre o papel.

Levar ao forno entre 30 a 40 minutos (quanto mais tempo, mais seco ficará o bolo).

Desligar o forno e deixar o bolo arrefecer no interior do forno de um dia para o outro.

Doce de ovos

Levar ao lume a água e o açúcar até obter ponto pérola.

Deixar arrefecer um pouco.

Mexer as gemas e com a ajuda de um passador adiciona-las à calda de açúcar.

Levar ao lume, mexendo sempre até engrossar um pouco.

Coulis de frutos silvestres

Levar ao lume os frutos a água e o sumo de limão.

Deixar ferver até obter a consistência desejada.

Montagem

Dispor o doce de ovos sobre um prato de servir.

Polvilhar com canela em pó.

Cama de doce de ovos com canela em pó by Miminhos da Marta

Desenformar o bolo e retirar o papel vegetal que envolve o bolo.

Pão-de-ló com papel vegetal by Miminhos da Marta

Dispor o pão-de-ló em cima do doce de ovos.

Polvilhar o pão-de-ló com açúcar pasteleiro.

Decorar o prato com o coulis de frutos silvestres.

Levar o coulis de frutos silvrestres à mesa para servir a gosto.

Pão-de-ló com coulis de frutos silvestres by Miminhos da Marta

Coulis de frutos silvestres by Miminhos da Marta

Esta pode ser uma proposta para uma sobremesa ou até para um lanche mais formal!

Pão-de-ló em cama de doce de ovos com coulis de frutos silvestres by Miminhos da Marta

Estaladiços de gila

“Falta de tempo é desculpa daqueles que perdem tempo por falta de métodos…” (Albert Einstein)

Se por um lado no artigo anterior coloquei uma receita que é demorada e requer muito tempo e paciência, esta receita é super rápida e prática e pode ser feita quando estamos com falta de tempo ou somos convidados em cima da hora para algum jantar e mesmo assim queremos aparecer com um miminho para os anfitriões.

Ao contrário das minhas receitas anteriores esta leva poucos ingredientes pois pretendi realçar o doce de gila, com o seu sabor e textura tão característicos, colocando-o dentro de uma massa que fica estaladiça e com um toque salgado que quebra a doçura deste doce.

A massa fina para doces e salgados da Buitoni como é congelada pode ser comprada de antecedência e descongelada apenas no momento em que a vamos utilizar. Foi uma boa experiência trabalhar com ela, pelo que vou experimentar outras receitas doces e salgadas, por outro lado, como estava em fase de lançamento foi comprada a preço muito em conta, se bem que já a voltei a ver nos hipermercados e tem um valor muito acessível.

Estaladiços de gila

Estaladiço de gila feito com outro Miminho da Marta, o doce de gila, by Miminhos da Marta

P/ 16 pasteis

Ingredientes:

1 embalagem de massa fina para doces e salgados da Buitoni (http://www.nestle.pt/saboreiaavida/produtos/culinarios/massasfinas/Pages/MassaFinaparaDoceseSalgados16cm.aspx#)

300 gr de doce de gila (https://pintoreismarta.wordpress.com/2014/03/16/doce-de-abobora-gila/)

canela em pó q.b.

açúcar em pó q.b.

Preparação:

Descongelar a massa à temperatura ambiente durante uma hora.

Pré-aquecer o forno a 200ºC (ventilado).

Revestir formas de queques com os discos de massa.

Colocar uma colher de sopa de doce de gila em cada forma.

Polvilhar com uma colher de café de canela em pó.

Cobrir com mais uma colher de sopa de doce de gila.

Levar ao forno durante 18 a 20 minutos.

Quando os rebordos dos pasteis estiverem dourados deve retirar do forno.

Desenformar os estaladiços ainda quente e polvilhar com açúcar em pó.

Servir frio.

Pasteis de gila sem açúcar em pó by Miminhos da Marta

Pormenor de pastel de gila com açúcar pasteleiro by Miminhos da Marta

Estaladiço de gila prontinho a ser degustado com um café by Miminhos da Marta

É uma receita muito prática, quem se atreve a experimentar?

Arroz doce

“Come em paz o teu arroz…” (Provérbio chinês)

O arroz doce foi a primeira sobremesa que fiz já lá vão uns bons 27 ou 28 anos…

Num dos meus livros da 3ª classe, um dos problemas apresentados consistia em fazer a conta de quanto custaria fazer um arroz doce. Era apresentada uma receita, o valor dos ingredientes por quilograma, unidade ou litro, e teria de saber apurar o valor da referida sobremesa!

Fiquei curiosa com aquela receita, pois era algo que eu nunca comia em casa… não era hábito da minha mãe fazer arroz doce… apesar de fazer inúmeros doce e cada um mais delicioso que o outro!

Um dia abasteci-me dos ingredientes na loja dos meus pais, por um valor superior ao apresentado no livro, que deveria estar desatualizado :), e lá experimentei o arroz doce…

Gostei, gostou toda a família e hoje em dia não há nenhuma festa onde não esteja o arroz doce da Marta… nem é preciso dizer que levo ou pedirem-me, pois já faz parte do ritual!

Este é o miminho da marta mais antigo e que repito vezes sem conta…

Arroz doce

Arroz doce by Miminhos da Marta

P/ 6 pessoas

Ingredientes:

250 gr de arroz carolino (ultimamente utilizo o arroz para sobremesas da NOVARROZ)

1 colher de sopa de sal grosso ou flor de sal (preferencialmente)

0,5 lt de leite meio gordo

2 paus de canela

casca de 1 limão

250 gr de açúcar

4 gemas de ovo

canela em pó q.b.

Preparação:

Levar ao lume, até ferver, uma panela com 3 a 4 litros de água e o sal.

Adicionar o arroz e deixar cozer durante 11 minutos.

Escorrer o arroz e levar novamente ao lume com o leite, os paus de canela e a casca de limão (normalmente coloco os paus de canela e a casca de limão a aromatizar o leite logo que começo a fazer esta receita).

Mexer regularmente para que o arroz solte a sua goma e não pegue ao fundo da panela.

Deixar levantar fervura e adicionar o açúcar.

Continuar a mexer e deixar ferver durante 5 minutos.

Retirar o arroz do lume e mexer de vez em quando para arrefecer um pouco.

Tirar os paus de canela e a casca de limão.

Separar as gemas das claras dos ovos, guardar as claras para outra ocasião (podem ser congeladas), e desfazer as gemas com uma faca.

Quando o arroz já estiver morno, adicionar as gemas em fio, através de um passador ou coador, e envolver delicadamente no arroz.

Levar novamente ao lume, sempre a mexer, para levantar fervura.

Assim que levantar fervura, tirar do lume e deitar para um prato ou travessa, de preferência de barro.

Decorar a gosto com canela em pó.

Pormenor da decoração do Arroz doce by Miminhos da Marta

Este é o meu arroz doce favorito, mas tenho muitas saudades do arroz doce que em Coimbra fazia parte de todas as refeições nas cantinas da UC. O arroz doce branco, sem ovos, que nunca consegui fazer igual. Saudades desse tempo, saudades de Coimbra, saudades da vida de estudante… e até saudades das praxes que fiz e que me fizeram… sempre cheias de espírito de grupo e camaradagem, sem qualquer intuito de rebaixar ninguém… aliás como deve ser a verdadeira praxe.